Isabela Fenix

Detalhes

Olhar perdido no horizonte
É sinal de mais uma composição surgindo aí
É mais um há mais
Olhar perdido no horizonte
É quando a inspiração dar o ar da graça
Perdida em meio às palavras
O olhar...
Qual é o olhar que os poetas fazem?
O olhar no horizonte, certamente, lá ela estará.

Perdida em meios as palavras
Na deriva dos detalhes.

É estranho meu jeito de pensar
De olhar
De falar
Na maioria das pessoas, o falar é arranhar
Meu falar é flautado
É melodia que meu piano insiste em acompanhar.
Não consigo ser normal.
Bem, o normal do esperado.

As palavras secas e sem detalhes. 

Sou por inteiro e não metades.
Vivo no intenso e não melindrosa.

Tudo ao meu redor é poesia
Desde este deslizar, ao voar dos pássaros

No horizonte meu olhar está. 
E isso, decerto, me oprime.

Pois, sou arestas
Vivo na intensidade
E jamais vi alguém assim
Me sinto estranha
Sufocada! 
Por sentir demais.

Minha mente corre a mil
Nem no deitar, obtenho alento

Passo o dia escrevendo
Mal posso respirar
Só suportar

E é páginas e mais páginas
Escritas a punho
Em cada segundo ou minuto

É mesmo uma fonte inesgotável
E não sei dizer se isso é uma benção ou uma maldição.

Estou cansada de pensar
Quando terei descanso?; Não sei.

Sinto em cada fibra de meu ser
Que isso jamais acabará

E isso, ameniza no escrever
Passo a maior parte do tempo em silêncio
Mas, é um silêncio preenchido nas folhas A4
Acho que vou enlouquecer

Ou será que já enlouqueci?
Não sei.
Estou na deriva
Sem botes de salva-vidas.

Oh, norte, onde você está ?

No horizonte
Lá ele deve está
Juntamente dela