Hébron

Casa vazia

 
 
essa casa já tinha morrido
onde estará quem nela mora
e o encantamento de outrora
das vidas de quando abrigo
 
 
antes de toda andança
escolhe-se qual é o caminho
e os passos rumo ao destino
afiançando-se na falsa esperança
de ser adulto sem ser criança
 
 
tenho saudades do seu quintal
das aventuras, correrias e cores
dos insetos, borboletas e flores
da inocência sem qualquer mal
tenho saudades do seu quintal
das nossas conversas desde a manhã
de descobertas, da pera, uva ou maçã
e dos caprichos com balas de hortelã
 
 
tenho saudades do seu quintal
das brincadeiras, das aventuras
das árvores, desafio nas alturas
dos jogos, histórias, coisas e tal
tenho saudades do seu quintal
daquela infância nessa morada
agora é pó, chão e essa estrada
de uma existência já desbotada
 
 
e a casa já tinha morrido
onde estará quem nela mora
o encantamento de outrora
das vidas de quando abrigo