Jose Kappel

Querência em Puro Aço

 

Hoje eu queria,
se mais não pudesse,
e, se por favor,
e se fosse alento,
me concedesse,
a primeira dança
da primavera.

Sou querente,
nada pávido,
rápido no pensar,
e tolo ao dizer:

Sou também
amante esquecido,
compasso de pano colorido,
avesso, e sem lindezas
a provar.

Por isso,
eu queria,
com perdão devido,
e de porte,
de saia em saia,

eu pudesse
me acobertar
em seu rosto
de jasmim e dizer:
eu te amo.

Que é tão fácil de
falar,
e tão difícil de
compreender!

 

E perco o compasso
a cada passo,
porque entender
um ao outro
hoje, na arena da vida,
virou coisa tão difícil,
igual tentar a 
quebradura do 
puro aço.