O voar seleto dum beija-flor
Sobre o ventre do vale verde
Desvela seu ninho na parede
Daquela casa no pé da serra
Casa bangalô parece tapera
A relva já cobriu o caminho
No oitão há ali dois ninhos
Onde o beija-flor é vizinho
Do lindo canarinho da terra
Eu resido na casa bangalô
Naquele vale parece tapera
Dentro dela vivo na espera
Que talvez volte meu amor
Ela é o puro néctar da flor
É a rainha da casa da serra
Ninho do canário da terra
Ninho meu e do beija-flor
Eu sou sósia do beija-flor
Sou desse vale da restinga
Vim das águas do jacutinga
Nessa casa de tabua lascada
De janelas e portas fechadas
Vivo ali vizinhos não tenho
Há na parede lindo desenho
Duma flor minha namorada
Tal qual um colibri ela voou
Atravessou o rio foi embora
Solitário meu coração chora
Nessa casa coberta de flores
No oitão cantar do beija-flor
Remete meu olhar à restinga
Perpassa águas do jacutinga
Na espera de ver meu amor