Flores d\'antanho que murcheceram,
Nos poentes áureos da soledade,
Lentas feito as mãos que vos colheram,
Nos bosques autunais da mocidade.
Flores ebúrneas que noiteceram,
Em prados que vagava uma saudade,
E nas horas de alvura se ergueram
Nos olhares de etérea claridade.
Levados pelo tempo, sem carinho,
Lábios que vos beijaram inda quentes
Gélidos repousam neste caminho...
Fragrâncias d\'outras tardes sem lamentos,
Que viste-lhes as pétalas frementes
Bailando em meio ao trôpego dos ventos.
Thiago Rodrigues