Apenas um poeta urbano
Ema Machado - Brasil
Um pé de vento, despenteia pensamentos desordenados
Um poeta vasculha em busca da poética
Aquela a qual, o mantinha acordado
Uma jornada sem poesia é o que
Tem encontrado
Noites sem estrelas, dias nublados
Entre o outono e inverno, há uma
margem,
Falta porto, não há como encontrá-lo…
Ao longe, a rua serpenteia levando carros enfileirados
É condutora da cegueira predominante nessa rotina massante, que o tem acorrentado
Não há poesia que suporte
Morre o sol no horizonte
E o poeta, coitado… É ator coadjuvante, nesse triste palco desbotado…
Árvores empoeiradas cochicham nos canteiros bem cuidados
Querem saber das notícias, que
o vento tem contado
Sobre abate de florestas, onde deveriam estar em clima despreocupado…
O metrô grita sob o peso nos trilhos, ao final, o poeta é vomitado
Segue a um mundo de concreto
Um pé de vento passeia por pensamentos desordenados
A poesia tateia, e o poeta anda sem poética, falta tempo para o olhar, anda acorrentado…