por Regilene Rodrigues Neves
Na rua paralela à escola
Amigas davam risadas
Naquela gostosa brincadeira
Da adolescência...
Que trouxe lembranças
Às minhas memórias...
Não pude brincar com às amigas
Escondida na timidez
Das minhas inseguranças e medos...
Trago lembranças dolorosas,
Que marcaram minha infância
De um velho abusador,
Que me abusou quando criança.
Nunca contei pra ninguém
Hoje é meu desabafo,
Que guardei por anos...
Quando enfrentei minha dor
E o meu medo ameaçador.
Sozinha eu carreguei meus traumas
Vida afora, lutei contra eles
E cresci e assim me fazendo de forte
Para sobreviver e deixar para trás
O meu triste passado...
Não sou de apegar à tristeza
Não dou tempo pra ela fazer morada
Logo dou minha gargalhada
E vou brincar com a vida...
Soltar aqueles sorrisos
Que ficaram presos na minha alma...
Hoje faço um processo de retrocesso
Estou resgatando aquela menina
Escondida nos seus medos
Que ficou anos presa na sua dor,
Que viveu mendigando amor
Dentro da sua solidão...
O que passou, passou,
Embora o tempo guardou
Na minha história de vida...
Não há lamento,
Mas uma enorme gratidão,
Porque Deus segurou a minha mão
Me amparou e me cuidou,
Para que às marcas do passado
Não sobrevivesse em mim...
Hoje posso sorrir meus sorrisos
Que construí daquela menina abusada,
De uma adolescência conturbada
E de uma mulher
Que se ergueu dos escombros...
Olho para trás
Onde todas às minhas lutas solitárias
Foram vencidas
Eu não temo mais nada
Já fiz minha lição da vida
Já posso sorrir em paz...
Em 02 de maio de 2023