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DE FRENTE PRA MIM

por Regilene Rodrigues Neves

 

Nas horas vagas do hoje

Eu sento em frente a minha alma

Na guarita da vida,

Para me proteger dos vândalos

Que ora vem me machucar

Com suas propostas indecentes

Somente a seu favor...

 

Já esgotada 

Debruço meus sentimentos

Na janela

Olhando para o meu coração

Vestido de solidão

Vendo os amantes passarem

De mãos dadas com o amor...

 

Sinto uma pontinha de inveja

Pelo amor transeunte

No meu destino...

 

Talvez me amar

Seja para os fortes

Minha essência

Contém o veneno 

De um escorpião...

 

Meu amor é intravenoso

Eu tenho que correr na veia

Me esgotar antes de usar...

 

Meu gozo vem pela alma

Não é um mero fluxo que escorre.

Antes minha essência

Precisa ser sorvida

Para me causar prazer

Carrego sentimentalidades na alma

Que precisam ser tocadas

De carências passadas...

 

Enquanto isso

Dilato a poesia

Que preenche às lacunas

Da minha solidão

Olhando os dias passarem lá fora...

 

Em 03 de maio de 2023