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Antonio Luiz

Gotas de ti

sonhei que chovia

e apenas gotas de ti

da nuvem espasmódica

da ânfora de teu quadril

em precipitação pujante

e eu engatinhava por ali

apoiado em pilares roliços

com minha boca aberta

e impiedosamente nu

em labuta de língua

e era ora pra fora

e ora língua pra dentro

em forma de guarda-chuva

com cabo voltado pra cima

assim e já que lavas

e já que lavas

e eu lambia cada gota

e as bebia todas

sem nenhuma pressa

e sem qualquer receio

pois se a água desce

mais pura do céu

imagina a vinda de ti!