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DAN GUSTAVO

POEMA AMARELO

Naquela rua tem um pé de Ipê amarelo...!
Disputando o espaço na calçada com carros e muros de outras cores,
indiferente aos tons dessa realidade e seus humores,
entre fios de cobre e beirando um asfalto negro!
Olhai aquele pé de Ipê amarelo...
Sob um céu cinzento, florido e próximo a caçamba de um lixo fedorento
rimando com belo, singelo entre uma selva de concreto e sem mudar o seu tom 
mesmo sendo \'regado\' pelo xixi(também amarelo) de um cãozinho caramelo!
Eu aqui com os meus problemas e aquele pé de Ipê ali amarelo...
Ela nem aí pra mim e meus problemas e aquele pé de Ipê ali amarelo!
Amarelo da blusa e cabelos(tingidos) da Celinha!
Calças em blue jeans e amarela é a flor na lapela, no cabelo dela... as dos vestidos feitos no molde, 
imagem e \'elegância\' de outras mulheres alheias,
num arco-íris que risca o céu azul e ao seu lado brilhando um sol(também amarelo!)
Um pé de Ipê naquela rua... quem diria?!
Todo florido e metido apesar das barbaridades e de outras árvores desmatadas por aí sem alguém para ouvir ou ver o tombo!
Ipê amarelo fazendo parte do \'verde\'...
Amarelo com muito orgulho e com todo o respeito às outras cores... 
amarelo se torna a tendência, é a cor do mês, a pedida, a nova cor da esperança, da alegria... amarela também é a cor da paixão, 
e o tom da canção numa linda sinestesia!
O Ipê é amarelo berrante, vibrante, exuberante e em sua beleza natural tudo se transforma, reluz no amarelo-ouro que pisca entre o vermelho 
e o verde dum semáforo, flamula no meio da bandeira e prevalece no giro dum círculo cromático!
Bem faz o Ipê que é amarelo!
Chamativo ou despercebido na correria do dia-a-dia...
E assim se mantém no seu canto e \'canteiro\' até ser percebido por quem consiga distinguir o tom da poesia mesmo nas coisas mais simples e pelo caminho!
Naquela rua tem um pé de Ipê amarelo do mar da Cochinchina, do rio Osun, da polpa da manga rosa e próximo a rua Laranjeiras do Sul!
E amarelo por lá ficou... se mantém na lembrança e se registra num poema escrito a caneta azul!
Escrito pela mão amarela que pôde plantá-lo, cultivá-lo ou também derrubá-lo!
Mas permanece lá aquele Ipê amarelo...!
Que avistei de passagem e de longe, e assim podendo ser de uma outra cor!

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