PAIXÃO*
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!
És tempestade de verão em máxima grandeza,
Que às trevas e aos fulgores rende graças,
E quando acalma, satura de paz a natureza!
Como Afrodite, imantada de ardileza,
O corpo, a alma, e o coração tu entrelaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!
És tempestade de verão em máxima grandeza!
Embora a insensatez no amor que tu abraças
Eu te saúdo, mesmo assim, ó terrível realeza!
Pois que és sonho, torpor que envolve com certeza,
O coração do incauto bardo que enlaças!
Oh! Efêmera paixão... Como ligeira me laças!
Nelson de Medeiros
(Rondel) @