Vou fazer um foguete e sair do planeta
viajar pelo espaço sideral
seguir os rabos dos cometas
surfar em ondas gravitacionais
excursar que nem turista
por entre astros, satélites e galáxias
e visitar alguma tia distante
que mora no subúrbio de Andrômeda
depois da terceira curva da espiral
Quem sabe se não encontro algum anjo
voando alucinado por aí assim como eu
e juntos brincar de esconde-esconde
por entre brechas, rachaduras e fendas
dos buracos negros do universo
E quando retornar pra casa
vou tomar banho em uma banheira
cheia de essências e sais aromáticos
e me limpar da poeira cósmica
e dos refugos esfarelados do que sobrou
das supernovas despedaçadas que em mim ficou