Arlindo Nogueira

AMOR DE CECÍLIA

Foi lá no vale do rio jacutinga

Eu morava na curva da estrada

Numa casa de tabuas lascadas

Sob um galho do pé de pitanga

No terreiro algumas miçangas

Que pássaros traziam da mata

Ao revoar sobre linda cascata

No ventre das águas da sanga

 

E logo na outra margem do rio

Morava a linda cabocla Cecilia

Uma prenda de mil maravilhas

Fatigava meus fitos constantes

Fomos amigos depois amantes

Na correnteza das águas do rio

Eu e ela ninguém mais nos viu

Um amor tal qual um diamante

 

O tempo voa qual um beija flor

De assas rápidas na relva partiu

Assim apagou das bordas do rio

Os rastros dos nossos encontros

Foi destino que fez desencontro

Distância cega Cecilia não vejo

Internalizou-se o primeiro beijo

Te juro que ainda sinto arrepios

 

Se eu pudesse fazer uma mágica

Pro tempo voltar como era antes

E reviver aquele amor diamante

Que ainda em meus olhos brilha

No rio Jacutinga eu faria a trilha

Pelas bordas do outro lado do rio

E sob o encanto e canto do tiziu

Queria de novo amor de Cecilia