Vlad Paganini

MOTOCICLETA

MOTOCICLETA

 

A beleza que você me mostrou

Viajaram apenas no teu cérebro

Ficou apenas em você mesmo

Evaporaram...

Me fingi de cego

Surdo e mudo de amor

 

Palavras deslizaram da tua boca

Tua língua mentia e escorregava feito sabão

Ilusão, decepção, escuridão

Minha cabeça ainda gira

Feito aquela motocicleta prometida

Promessas de estar nela ao teu lado

Pra cima e pra baixo

Lembra?

 

Parece ainda ser verdade

Mas nada que eu faça te influencia

Realizar essas juras, como tantas outras

Mesmo que fosse numa bicicleta

Ou até mesmo num triciclo

Seja em qualquer ciclo

Contigo estaria...

 

Tentei...

Ah...como tentei, e tento até hoje

Fazer você me ouvir

Mas tudo que tentei dizer atravessou você

Falei sozinho...

Me transformou em alguém que não sou

Suas mentiras me frustrou

Me complicou...

Eu precisava muito mais que uma intervenção

Muito mais que uma razão

 

Eu estava louco?

Sim, louco, cego de amor

Bobo

Fácil ... mente

Fácil

Mente

Tão facilmente

Presa fácil ao seu temor

 

E essa é a razão pela qual

Me deixa triste pensar em você

Nunca imaginei que faria isso

Declarar : “Eu te amo”

E não acreditar que esse pronunciamento

Não é oração, comprometimento! 

Tento me livrar desse desespero

Deste tormento, cólera, aperto

 

A vida cobra

Sempre há um preço a pagar

Que esse pagamento seja de amor

Reconhecimento de erros

Cravos, rosas e violetas

Vespa, motoneta, lambreta que seja

Te espero...

Que seja até como a tua promessa

Me buscar em tua motocicleta

 

Vlad Paganini