MOTOCICLETA
A beleza que você me mostrou
Viajaram apenas no teu cérebro
Ficou apenas em você mesmo
Evaporaram...
Me fingi de cego
Surdo e mudo de amor
Palavras deslizaram da tua boca
Tua língua mentia e escorregava feito sabão
Ilusão, decepção, escuridão
Minha cabeça ainda gira
Feito aquela motocicleta prometida
Promessas de estar nela ao teu lado
Pra cima e pra baixo
Lembra?
Parece ainda ser verdade
Mas nada que eu faça te influencia
Realizar essas juras, como tantas outras
Mesmo que fosse numa bicicleta
Ou até mesmo num triciclo
Seja em qualquer ciclo
Contigo estaria...
Tentei...
Ah...como tentei, e tento até hoje
Fazer você me ouvir
Mas tudo que tentei dizer atravessou você
Falei sozinho...
Me transformou em alguém que não sou
Suas mentiras me frustrou
Me complicou...
Eu precisava muito mais que uma intervenção
Muito mais que uma razão
Eu estava louco?
Sim, louco, cego de amor
Bobo
Fácil ... mente
Fácil
Mente
Tão facilmente
Presa fácil ao seu temor
E essa é a razão pela qual
Me deixa triste pensar em você
Nunca imaginei que faria isso
Declarar : “Eu te amo”
E não acreditar que esse pronunciamento
Não é oração, comprometimento!
Tento me livrar desse desespero
Deste tormento, cólera, aperto
A vida cobra
Sempre há um preço a pagar
Que esse pagamento seja de amor
Reconhecimento de erros
Cravos, rosas e violetas
Vespa, motoneta, lambreta que seja
Te espero...
Que seja até como a tua promessa
Me buscar em tua motocicleta
Vlad Paganini