Eu sou a representação
daquelas terras desertas
Será que gosta mesmo de mim
ou está improvisando uma novela
Eu não busco o imediato
Talvez sou o intermediário
O amargo chão daquelas serras
Não tenho pressa de viver
As vezes nem sei porque
Você me interessa
O improvável me devora
Questões latentes me importam
Me transportam
Mas se quiseres uma novela
Eu sou aquela, aquele
Que vira o mundo pelo avesso
Não quero casa nem endereço
Só levo o que me interessa
Barco a deriva
De outro mundo
Entre os lençóis
E um corpo desnudo
Só levo o que me resta