O tempo comeu!
O tempo fez de conta
que não viu,
deixou passar,
ficou assim,
eu com suspeitas de
saudade,
você lânguida,
você sempre
me fugindo,
e eu, sem eiras
e beiras
recrutei o acolá.
Sozinho fiquei
no fim da estrada
onde começava outra
e terminava sem fim.
Pois,
a criança levou,
a fada crismou,
o pai chorou,
a mãe, ensandecida,
se partiu.
Enquanto você sonha,
pensa que
você fez parte de
alguma coisa.
Depois, tudo passa,
entra a realidade.
E nesse fim sem fim,
fico a meditar
como um santo
meio suspeito,
e penso medroso:
mas até lá,
ou até aqui,
a paisagem levaram ?
E me deixaram
sem tudo ?
e tudo virou
poeira,
areia sem praia,
virou luz muda
e do tudo,
celebraram
todo o vazio.