//meuladopoetico.com/

O eremita invisível

Declaro guerra a poesia broxante!

Um poeta pode ter tudo:
técnica, emoção, publicidade,
seguidores, renome, dinheiro,
o caralho...
mas se você não tem tesão poético,
meu amigo, você não tem nada!
Se você não tem o mínimo, ou seja,
o fluido vital correndo pelas
veias como um rio de nascente 
misteriosa prestes a estourar,
violentamente, a barragem da razão
e inundar um amontoado de ideias com versos
que desaguam num infinito oceano de
consciências ansiando por conexão,
então, como diabos você ainda consegue
escrever, porra?
Sim! Pois você está morto!
Só não está ciente da situação
Naufragou na tempestade de mesmice temática
e abordagem repetitiva, levando contigo todos
os leitores ávidos por uma experiência orgástica
a um trágico destino
Isto é, se eles não resolverem tomar cianeto
ainda no barco para não terem que se afogar
nas últimas linhas da bosta do teu poema

Certo, permita-me ser mais brando:
você é um pau mole, uma mangueirinha que não esguicha,
uma rolinha sem asas expondo, sem pudor algum,
a sua embaraçosa impotência através de uma
escrita totalmente meia bomba
Algumas verdades são mais duras
do que muitos pintos por aí, não é mesmo?
E nem adianta me olhar torto assim
Eu sou um jovem broxa e
estou no meu lugar de fala

Claro, não começarei uma guerra
apesar do título provocativo do poema
Segurar armas não deveria ser o trabalho
do cara que nem consegue segurar uma
ereção sem acabar broxando
Mas fica aqui uma promessa:
Todo sangue jamais derramado por mim em campo de batalha
será introjetado nos meus escritos, enchendo-os de vida,
para que possam, de fato, excitar as pessoas, de alguma forma