Coisas surpreendentes
abarotam as coisas de
qualquer um.
Coisas instigáveis
corroem o passadiço
da memória.
Coisas admiráveis
calistam os homens
e o levam do início
ao fim, num passadiço
de mágica infantil.
Se a vida é assim,
então tudo é tão rápido
como a luz;
ávido ímpeto nos domina!
Sou o provável de amanhã,
prato feito de dúzias de
papel sem valia,
latas vazias,
lapidadas por sombras!
Cerceio meu destino,
o apaziguo,
torno-o fácil
e contornável.
Lança-o às pessoas
de pouca fé,
pecadores sujeitos,
e andarilhos,
impessoais.
Imploro que da máscara
que nos cobre de auguros
e simpatias que mergulham
no mais fundo abismo, leve
todo o meu corpo.
Sinceridade não basta,
tudo é corrosivo
tudo é feito com pregos
e cinzelado de armaduras
de vestas impessoais.
Tudo escorregadio
e tudo crescido.
Mágoa sem tamanho!
Os homens estão passando
como passam os bondes indiferentes,
como passam os nobres acetinados,
todos
com atendimento personal.
Não mais os alcanço.
Quando vou procurar a esperança,
encontro reis, banhando-se ao sol.
Fico na faixa da esquerda,
numa estrada sem informação
Sou adicional e cheio de pontos.
Agora que a vida mostrou do que é capaz
passo a ser canto internacional
dos desabrigados e sem memória.
Os que morrem a cada hora
deixam apenas lembranças
tão passageiras e ralas
que o tempo - impessoal -
trata de ir apagando.
A esse tempo me nego!
E se é assim,
faço por chegar.
Que venha a tralha,
o buliço e a corda.
Que me levem também!
De que vale tanta terra
semeada só de solidão ?
Foi quando a vida me deu um desbote!
E me levou pro fim de seu mundo
que é do tamanho de um pequeno
coração amargurado.