Jose Kappel

Dia Difícil, Horas de Acalanto

 

Dia difícil,
dia intranquilo,
dia sem bodas,
tudo corrido.


Onde até os pensamentos
são buliçosos,
mas nem por isso
perco meus ornamentos.

Os homens correm pra lá
e,depois, voltam, para o mesmo
lugar;
são atiços,
e escorrediços.


São meio antigos,
a bem do dizer - igual ao trigo.

Dia diícil,
dia sem sol,
dia miúdo,
sem pároco,
sem pecados,
quase mudo.

Horas de Acalanto dentro do Vazio.

Não é todo dia assim.
Tem dia que fala
por si: tem sol e árvores,
tem gente enfeitada de
panos
e milhões de crianças
enluaradas.


Tem até entrada pra luz.

Tudo construído
na minha propriedade
de benfeitorias de saudades.


Que faz um belo ornamento
de sinceridades.

Dizer assim fica difícil,
as coisas não são palpáveis,
senão, vejam, são desalinhadas!


Passo para tentar furar,
corro ao largo, e vôo
a bordo do vento.

Quero brincar de roda
no circo que armaram.


Mas nem ouriçar a corda
eles me deixam.

Quero ver todos
e vejo todos.


Querem me ver
e me vêem sem forma
como um tolo.

Virei sombra neste mundo,
depois que ela partiu,
foi embora pra outro mundo,
e me deixou apenas um par de sono
e uma pérgula prá cuidar!

Assim, passo os dias,
com terrível premência de que,
o que era deixou de ser,
o que foi ainda vai nascer.

E falando a verdade,
entre tantas austeridades,
sei que hoje sou apenas
uma sombra no mundo.

Sou mais passageiro,
de trem antigo.

Vim para rodopiar e,de longe,
desejar a todos, boa estadia nesta Terra
enquanto, de manso, parto em léguas
para outros mundos - , bem além...

que ficam do outro lado da
primeira montanha que,
quando me vê, toda se assanha!

Pois, pedra corajosa,
atrai a muher dengosa!