Pensava que tinha uma pedra de ouro, Mas era só um cristal, um ouro de tolo, Que arrancava-lhe a carne e o couro E derretia todo o seu miúdo e mole miolo. E, no algar que dormia com o falso tesouro E que não sentia o seu desconsolo, Pensava que tinha uma pedra de ouro, Mas era só um cristal, um ouro de tolo. Enquanto não ouvia o tristonho agouro De quem nunca deu-lhe um pequeno bolo E na existência perdia todo o seu louro, E, entre a areia, os pedregulhos e o rebolo, Pensava que tinha uma pedra de ouro...