Nessas brumas que andas meu sonho quedo,
Nessa alma pálida como o luar,
Que trago-vos pra ti assim tão ledo,
Auroras que acenderam em teu olhar.
As folhas que tombaram do arvoredo,
Lentas foram pelo ermo a vagar...
São como rosas que penderam cedo
Sem teus lábios trêmulos beijar.
A saudade me acaricia o peito,
Enquanto seguem vozes pelos ares
E murmúrios num derradeiro leito...
Vais partindo assim pelo céu morrente,
Sonho de alvas em tons crepusculares
Entre as brumas outoniças de um poente.
Thiago Rodrigues