Jose Kappel

Leão Azul

 

Alvoraça o vento

frenético

às bordas

do balcão dos encontros,

nas escadas dos falidos

nas mesas arrendadas pela solidão.

 

Sou sempre meia-noite,

quando o corpo gargala

a imensa solidão.

 

Me posto igual a

toda gente

sem ser natureza,

só em comunhão,

cheio de garras

como um leão

azul.

 

Sempre de copo,

leviatã dos fantasmas!

 

É meia-noite:

diabo no corpo,

um copo cheio

de ansiedades,

um corpo rente, bem rente,

vizinho de falências

dos sem amores.