Eliabe Lira

Balbúrdia

Se ergue, me beija e balança

Clausura, o verde esperança.

 

Menino de pernas curtas

Alma letrada, coração doído

Atenção pouca que me furtas

Recanto algoz, restituído.

 

Primavera de 21 invernos

De 21 outonos e incertos verões

Que fadiga uns eternos

Que me enche de bordões.

 

Ah minha doce terrinha

Que a estiagem ao longe se norteia

Acuda oh santa rainha

Esse pobre sertanejo que vagueia.

 

E depois deste desterro

Mostrai-nos a cruz.

 

Que me queres como a linda

Me passeia pela morte

Quem dera essa tenra sorte

Me encontrar nessa nossa vida.

 

Mistério particular que rodeia o sertanejo

Em seu mais puro anseio 

De mais uma vez a chuva chegar.

 

Traz no peito vaidade

Quem dera ter mais saudade

De sempre se encontrar.