Gustavo Cunha
Poema Ouro-Pretano
Estou indo-me embora para Ouro Preto.
Lá, onde cravei meu coração.
No sobe e desce das ladeiras.
Reencontrei o meu quinhão.
Não de ouro, porém de glórias.
Reluzente, formosa história.
De opróbios, injustiça e infâmia.
Entoadas em singelas cantigas,
Arte, beleza e fama,
Numa composição de eloquente extravagância,
Enaltecem a inextinguível exuberância das dadivosas e intrépidas lembranças.
Ah! Lá encontrarei refúgio na paz contínua.
Em casas de adobe e argila.
Onde repousarei meu corpo frágil e fugaz.
Adargando-me para sempre.
Contra as acrimônias desta vida.