Maria Vanda Medeiros de Araujo

Doce saudade

Carrego no peito uma caixa

De lembranças intactas

Que preenchem um espaço vazio

Chamado saudade,

Que as vezes transborda

Em lágrimas.

 

Cada lembrança

Tem uma cor, um cheiro, um  sabor.

Um pensamento que viaja

Que transcende 

E desencaixa.

 

O beijo ao dormir

O cafuné, 

O abraço apertado,

O chinelo quebrado

Fogão de lenha,

Cheiro de café.

 

O feijão com arroz

A reclamação.

-Nunca chegue tarde!

-Deus te abençoe.

-Veja o seu irmão.

 

Choro de alegria,

Orgulho por saber ler,

Lágrimas na despedida,

Abraços na acolhida.

-É mãe, o tempo  me fez crescer.