As paisagens que moram em mim
Os pincéis da saudade repintaram
E dos meus passos todas as pegadas
Em poucos segundos refizeram.
O bom uso da palavra foi inútil,
Rasgando o peito, desfiz ninhos.
Não achei dos labirintos as saídas,
Assumi as farpas desses espinhos.
Confusa, minha poesia ficou torta,
Versos úmidos, impregnados desse sumo.
A razão, num delírio, perdeu o rumo.
Até pude entender que essa paixão
Não era morta.
E revendo os mais dementes desejos
Você me proporcionou o prazer
De sentir que ainda a paixão revivida
Clama com uma boca esfomeada
A pedir beijos, como aquele que sente
A sede de seus anseios.