Penumbra ríspida do entardecer,
Cólera da rotação do girassol.
Sabor amargo nos lábios,
Esconde, queima e esquece,
Que hoje mesmo padece,
Desse escarne desagrado.
No breu da mesmice,
Atipicidade de vertentes,
No bolso um punhado de sementes,
Semeando os frutos da iniquidade.
Parafina de minha vida,
Queima e esconde o vazio,
Que por vezes veste fastio,
Querendo ter na terra pretendida.
Corre cego de guia,
Tudo discorre erroneamente,
Por gestos, linhas e dentes,
Ave quimera maria.
Que é tudo de uma vez,
E só uma coisa há,
Quero diretas já,
Ou que merda, insensatez.