Eliabe Lira

Lamparina

Penumbra ríspida do entardecer,

Cólera da rotação do girassol.

 

Sabor amargo nos lábios,

Esconde, queima e esquece,

Que hoje mesmo padece,

Desse escarne desagrado.

 

No breu da mesmice,

Atipicidade de vertentes,

No bolso um punhado de sementes,

Semeando os frutos da iniquidade.

 

Parafina de minha vida, 

Queima e esconde o vazio,

Que por vezes veste fastio,

Querendo ter na terra pretendida.

 

Corre cego de guia,

Tudo discorre erroneamente,

Por gestos, linhas e dentes,

Ave quimera maria.

 

Que é tudo de uma vez,

E só uma coisa há,

Quero diretas já,

Ou que merda, insensatez.