LEIDE FREITAS

SECRETO!

SECRETO!

 

Não! Não direi nada do meu mundo

Deixarei que o mistério inunde o universo

E as águas oceânicas beijem a areia

Deixando sobre ela seus sabores de sais

Os mares azuis celebrarão as eras

As horas e também contarão os minutos

do Tempo. Eu não contarei. Não mais.

Viverei agora sem precisar esses detalhes

Deixarei esse deus-tempo repousar em paz

O meu mundo girará de modo diferente

E eu serei talvez seu único habitante

A apreciar a contento o sol de Outono

E de todas as outras belas estações

Apreciar as folhas outonais que douradas

Caem suave ao solo para adubar a terra

Apreciar no fim do dia o pôr do Sol

Que se despede triste e lentamente

Morrendo de vontade de ficar

Para dar a escura noite a primazia

Até que chegue o tempo dessa deusa-lua

Pratear a solidão do céu e das estrelas

E eu, plena, estarei em Gaia para vê-las

Fazerem companhia a dourada deusa.

O meu mundo agora será assim.

 

Leide Freitas