Quem tudo pode, às vezes rende,
às vezes ganha ou às vezes aprende.
Quem tudo tem, às vezes esvazia,
às vezes enche ou às vezes vangloria.
Quem tudo quer, às vezes perde,
às vezes vence ou às vezes sede.
Quem tudo ameniza, às vezes embuça,
às vezes generaliza ou às vezes esmiúça.
Quem tudo percebe, às vezes descura,
às vezes contagia ou às vezes depura.
Quem tudo esconde, às vezes expõe,
às vezes espalha ou às vezes repõe.
Quem tudo estuda, às vezes anima,
às vezes desdenha ou às vezes estima.
Quem tudo lê, às vezes mente,
às vezes cala ou às vezes consente.
Quem tudo ouve, às vezes prova,
às vezes estraga ou às vezes renova.
Quem tudo vê, às vezes acredita,
às vezes retrai ou às vezes excita.
Quem tudo odeia, às vezes redime,
às vezes solta ou às vezes comprime.
Quem tudo ama, às vezes nega,
às vezes cuida, ou às vezes cega.