Sou poeta de um verso só
e nele há a infância
o tempo, a impermanência e a morte
Já tentei falar em amor
mas não dei muita sorte
afinal amar é sentimento
grafado em verbos de acenos e gestos
Se olho para trás
vejo-me garoto e pequeno
me divertindo e correndo
como se quisesse ganhar do tempo
No encarar do hoje
contemplo o mundo envelhecendo
e meu menino continua correndo
como se desejasse coagular o tempo
Mas quando descortino o tempo
enxergando o que vem em frente
lá se vai a criança correndo
como se pudesse
um dia
vencer o tempo