Vejo sombras à noite que parecem balançar estas frágeis paredes.
A cidade está repleta de poesia estrelar.
Poeira do pensar, das ideias.
Sinto preguiça e volto a cochilar...
Luzes de néon, fogos de artifício em cores de arco-íris.
Em pensamento, verso um desfile pela cidade,
imaginando coisas que nunca voltarão
acontecendo bem na minha frente,
como se eu estivesse em busca de um sonho interno.
Fecho os olhos e o vejo nitidamente no meu silêncio colorido.
Uma vertigem prazerosa. As luzes estremecendo e eu escrevendo.
Compassos de vento e existência – a minuciosidade do momento.
Aquelas sombras noturnas perfuram as janelas,
preenchendo a minha alma de poeira estrelar
com quietude, desejos e esperanças taciturnas.
Um único fragmento de uma nuvem solitária,
que reflete o eu, separa-se do resto do céu.
Transcendo e entendo o mundo, as galáxias e todo o universo,
mesmo sentada numa cadeira também feita de poeira estrelar.
Esta cadeira parece mais uma memória...
Reflito e olho para o céu azul-índigo através
dos meus dedos, receios e versos não feitos.
Vejo a nostalgia na superfície do luar,
e tudo e todos começam a desaparecer
no som do bramido distante do mar,
que – conforme fechos os meus olhos –,
foge de mim, afluindo com a poeira estrelar.
– Hyun
| 30/03/2023 às 12:36