Jonas Teixeira Nery

Desesperança

Quanta lassidão e desencanto, perturbando-me!
Tanta desesperança e desencontros, alastrando-se!
Como não ouvir tanto silêncio, tanta angústia?
Sei que é hora de novos clamores, novos amores... 

Agora deparo-me com essas dúvidas, essas incertezas:
tanta desesperança, tanta solidão perniciosa.
O amor resultou inútil, a vida prossegue, tudo passa!
Para que ter pressa se a morte chega de qualquer forma?
 
Uma única certeza me embala nesses dias de abandono!
Um único suspiro penetra nessa casa: desesperança!
Penso nessa terra nua, despojada. Penso nesses amores ...
Onde andarão os amores que recusei? Seria mesmo amor?
                                                                   
Vejo meu passado desarrumado, entre sonhos e lembranças!
Não sei quando a vida me abandonará! É certo, eu sei!
Não suporto tanta mediocridade, tanta falta de poesia.
Não me peçam definições nessa vida de vendavais e desencontros!

O que sei é do meu cansaço, das minhas feridas, desse desencanto!
As palavras voam nesses vazios e inutilidades. Quanta busca inútil!
Quanta intolerância com a natureza e a natureza das pessoas?
Agora eu percebi o que foi a vida que eu vivi: lutas, ações e espantos...