Simples de dois,
pedra que rola,
assinta,
musga a relva,
e não perdoa
até as pérolas.
Pedra que carrega
e impõe
força,lapidez
e raça.
É tão simples de
dois;
não persiste mais na dor,
ela própria se envolve
com seu manto,
tal qual
uma pedra qualquer,
que alavanca
a relva e os
sentidos.
Quem os tem, sente,
quem os tem,sofre,
padece, musga.
Quem os tem até aprende
a pobre de rezar !
Quem os tem
tem pouca sorte
desta vida ser varrido,
como se alapra o pó,
como se aquece o ventre,
e fica passageiro do léu:
morre aos pedaços
e cujo amor, como o vento
sem alpendre,
arrasa a relva,
debate o espírito.
E faz do amor
um simples de dois
onde eu parto
sem alas
e ela se vai,
esgueira,
esbelta e rosada,
de malas pronta.
Um sentimento de dois
vira mágoa de um,
pois somos
passageiro de viver
no ontem e no hoje.
E amanhã ,
só
até certo ponto.