Jose Kappel

Mulher Catalina

 

Mulher Catalina,

mulher de hoje,

que caminha tão só,

diante do mundo,

que dela, nem um dedo tocou

para construir os

palácios de solidões

e levantar desativas feridas!

 

Mulher íntima

de dois nomes,

duas roupas,

uma sentinela,

um par de chinelas,

escorrida de mel,

aventada de pêssegos,

ardida de sol ameno,

ruivosa e criada  dentro

do tal beleza!

 

Mulher

se nasceu em mim

sonha com o  depois,

onde fica o infinito,

mas não chora,

se partir antes,

por força  da vida,

que dão o nome de

adorno

a minha solidão particular

já sem dono.