Estou triste, tristeza desigual...
E lágrimas me acodem sem verter.
Este choro embargado traz sinal
De convulsiva dor nele esconder.
O fado arrebatou-nos com o final
De um romance ao sol quando a meu ver
Se pôs tão belo, festejando qual
Um sádico ocaso condizer.
Contudo, um sentimento me persegue
Pirracento em sombra, noutra sombra,
E assim mimetizado n\' alma segue
Sem redenção obter... E o que me assombra
É sentir forte anseio, na esperança,
De um dia dar-lhe um troco, por vingança.
Tangará da Serra, 13/04/23