Os rastros dos pés nas dunas
Apagados na ação dos ventos
São sinais arquivos do tempo
Tal qual as ondas do oceano
Que sobem descem nos anos
Num pulsar de água salgada
Parecendo lágrimas roladas
Embebendo teu amor tirano
Lágrimas perpassam os cílios
Tal qual gotículas de orvalho
Que orvalha a flor lá no galho
Dentre um evolar de perfume
Onde há ensombrecido ciúme
Do brilhar duma linda estrela
Que tantos almejam em tê-la
Como um constructo de lume
O luar tece raios em sua volta
E seus passos seguem serenos
Nas escadas dum mundo pleno
Há uma trajetória reconhecida
Que chega e que sai de partida
Mala puída e sonhos na mente
O seu fito lânguido é diferente
Ele vê e sente a magia da vida
Seu olhar cativante propaga
Fitos raros pra além do mar
Seu amor sempre a navegar
Barco de emoção sem se vê
Leva sonhos no amanhecer
Da sereia e banco de corais
Quero um dia te ver no cais
Pra desvendar quem é você?