Sem o agridoce sabor da culpa
A passageira lágrima do arrependimento
Sem a tensão do pecado
Que se agasalha em sofismas de absolvição
A aparente alma dividida se desvanece
À primeira brisa da malicia
Que mal há? Que bem faz?
Que delicia?
Qual compensação se oferece?
Sem o enredo de uma novela
A bela paisagem é só um afago
Uma tempestade que se torna vento
Um mar agitado que se torna lago
A imaginação é uma sevícia
Sem uma história contada
E outra criada
A intensidade é uma carícia
É uma fervura em fogo lento...