O Martírio
Ontem fui entregue pelo delator,
hoje meu o nome foi negado,
pelo omisso legislador
de joelhos fui julgado,
iniciou meu martírio,
na manhã fui humilhado,
com as mãos amarradas
tive o rosto esbofeteado.
O chicote açoitou-me a carne,
do suor escorre o sal que arde,
de sangue senti o gosto,
cruelmente maltratado,
me desfiguraram o rosto,
sob flagelo fui coroado,
por ti paguei os pecados,
trôpego e moribundo,
carreguei o peso do mundo
sobre os ombros esfolados.
Ao meio-dia fui pregado,
foi a última dor, senti-me elevado,
pedi perdão pelos carrascos,
abençoei a mãe sofredora,
matei a sede com vinagre,
a lança fria, a ferida abre,
abreviaram-me a vida na tarde,
e amanhã será o sábado,
mas a morte não é eterna,
e, tudo está consumado.
Lucas 23:34 - “Pater, ignosce illis, quia nesciunt quid faciunt.”