Vlad Paganini

POEMA DE AMOR (dialogando com Álvaro de Campos/heterónimo de Fernando Pessoa)

POEMA DE AMOR (dialogando com Álvaro de Campos/heterónimo de Fernando Pessoa)

 

Há quem me ache ridículo

Que me exponho contraponho

Que me desnudo e não fico mudo

 

Ridículo é quem nunca amou

É quem não se permite

É quem não admite

É quem omite

 

Ridículo é ser covarde

Não permitir que o amor o invade...

 

Ridícula é a carta de amor não escrita

É aquela que é escrita

Fica guardada e restrita

 

Poema de amor é o que me faz transbordar

Delirar em belas ondas

Faz de mim e da tua estagnada maresia

Quebrarem em meu peito

Escritas versos e lindas poesias...

 

Ridículo e vazio é aquele que é fraco

De não dilacerar os seus segredos

De não se entregar ao coração

E vencer os seus medos

 

Há quem continue me achando ridículo

Pois que continue, que se omite

Que a vida só é vida a quem se permite

 

Vlad Paganini

 

Dedico essa poesia a todos que acham que me exponho ao ridículo e a todos que admiram a minha coragem de ser ridículo.

O que seria de todos nós sem esses poetas ridículos?

Viva o Amor!

 

Com todo meu amor para

Wanderson Alves

(photographer manager)