Ashira Saiko

Diabo De Blumenau

Sangue inocente e jovial 
Deslizando na lâmina de metal 
Da machadinha usual
Nas mãos do demônio fatal

Gargalhada rasgada e letal
Olhar obscuro e rocal
Coração frio sem sinal vital
A carta na manga é a doença mental 

Quatro famílias e um único funeral 
Outras quatro em vigília no hospital 
E ainda sobrou uma mãe 
Com visitas no sistema prisional 

É só um jogo casual 
Com cinco mortes no final
E uma prisão eventual 
Para a notoriedade mundial 

Ele quer seu rosto no jornal 
Seu nome na mídia social 
A fama cruel e penal 
De um monstro na pele animal 

A Internet é uma linha vertical 
Tênue entre o aceitável e o ilegal
Uma brincadeira boçal 
Pode se transformar em uma tragédia surreal 

É de acrílico a máscara moral 
Todos podem cometer um crime brutal 
O demônio se esconde no sorriso casual 
Deita e rola na inocência carnal 

Dedique um tempo a paternidade ideal 
Pois sua atenção pode ser cabal 
Para que seu filho ileal
Não se torne o diabo de Blumenau 


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