Victor Severo

Perseguição.

Com ódio de ferro em brasa.

Marcaste meu coração.

Cortou depois minhas asas.

Sem dó e sem compaixão.

Pôs fogo em minha casa.

Com ares de presunção.

Me enterrando em cova rasa.

Negando-me extrema unção.

Com fúria que a tudo arrasa.

Qual terrível furacão.

 

E a malícia que difama.

Arrastando pelo chão.

Tolo aquele que clama.

E implora por perdão.

Consumido pela chama.

Da mais vil perseguição.

Eis o sofrer que reclama.

Mas todo rogo é em vão.

Há de perecer na lama.

Condenado sem razão.