uma parte de mim é multidão, outra é como as tantas violetas velhas, sem um colibri
ai de mim que sou assim, baby... E enquanto eu me esforço pra ser um sujeito normal
queria querer gritar setecentas mil vezes: rapte-me, camaleoa... Adapte-me, capte-me
mas ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, seria tão contrário a mim
pois uma parte de mim é todo mundo, outra parte é apenas um rapaz latino americano
que tem um coração dividido entre a esperança e a razão. Meu riso é tão feliz comigo
mas basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo, pois a vida é trem-bala, parceiro
e entrecortando eu sigo dentro a linha reta, e tenho a palavra que nunca é dita: avôhai!
pudera, uma parte de mim é permanente, outra é nuvem passageira, indo com o vento
sei dos palmos desse chão, e quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua:
na infinita Highway? Na estrada de Santos? Contornando a imensa curva norte e sul?
seja aonde for, pra matar a saudade, e pra transformar o meu rascunho em arte final