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Jose Kappel

No Caminho de João

 

No caminho de João
sopram ventos do leste:
daqueles que nascem nas montanhas
e vêm rebater em seu rosto
já amargo, corrido, sem frestas.

No caminho de João
há hora das tâmaras,
dos sabiás,
há hora de roçar as azaléas,
hora de ser criança
e se perder no tempo
que se ama.

No caminho de Tícia,

Há o soar meio grego,
há festa de sol e mel,
brilho de magia,
abóboda de céus,

No caminho de João,

mantos coloridos.
mascotes e aventureiros,

há pedras também,

que fazem do chão varrido,

um vão, que virão balão,

mas
só as mãos-dadas

sela
seu pranto de todo
mulher e,

me tira deste valão

sem fundo,

todo revestido de rosas

solitárias.