E volto pensativo à minha infância...
É quando, ali, se instala algum começo,
Sendo a noção de tudo em concordância
Com do cosmos o modo em que aconteço...
Nada existe sem minha circunstância,
Tudo existente tem comigo o apreço,
Mas quando não mais sou em substância
Tudo afinal demonstra o seu avesso.
E agora o azul celeste a tom escuro
Traz-me premonição de um mau futuro...
E uma tristeza infinda encontra abrigo
No meu ser a atinar que os dias meus
Terão, por fim, espaço num jazigo
Com o epitáfio--dum eterno adeus.
Tangará, 31/03/23