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Mary S.

PRESENTES DA VIDA

 

São lágrimas que não rolam por bondade,

Soluços que partem o coração,

O que outrora poderia ser felicidade,

Agora é escuridão.

 

Na imensidão da caixa surpresa,

Que mais parece uma represa,

De risos, gritos e gemidos,

Ouço o apelo reprimido,

De algo já vivido,

Talvez até com certa emoção,

Mas que hoje dilacera o coração.

 

Será preciso desembrulhar essa surpesa?

Ainda não tenho certeza,

As lágrimas, gritos, gemidos e escuridão,

Contidos por uma tal represa,

Não me parece mais surpresa,

Transformou-se em mar,

Virou correnteza de sonhos e incertezas,

Que com uma certa beleza,

Consumiu a caixa de surpresas,

Queimando junto farrapos de um coração cereja.