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Maria dorta

Alguma prosa indiscreta. Ato 1

Às vezes me pergunto ,perplexa ,onde foi parar aquela impulsividade,quase atlética,  aqueles impetos veementes que regiam meu ser juvenil,imprudente.

Eram forças  inauditas que me empurravam para ações,nem sempre  ajuizadas ,tão inconsequentes! E lá eu ia me deixando levar por mares nunca dantes navegados.

Corajosa, ousava sair de algumas linhas comportamentais socialmente não conselhaveis...mas corria riscos controláveis!

Ainda na adolescência,onde imperava o coquetel de hormônios,não dava vazão aos desejos que levaram Eva ao degredo socio_ religioso. Por puro medo da condenação. Tinha sempre nas mãos as rédeas dos proibidos anseios ,nenhuma pulsão fazia_ me perder a razão nem...a virgindade. Ela era a moeda de troca ,imposta pela sociedade naquela época,para o sagrado matrimônio.

Casei virgem. Meu adestramento familiar e social foi bem feito. Será que perdi tempo?

Aprendi que a razão, em estado febril, justifica nossos atos impensados e afoitos ,produto de um coquetel hormonal a base de testosterona( sim ,a mulher também tem!) que turbina nossa coragem de fazer.

Hoje,só lamento ter beijado tão pouco!

Maria Dorta. Escrito em  14_07_2014,publicado  31-03_2023