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Jose Kappel

Andor do Sol Sem Luz

 

 

Às vezes, quem bate

não quer entrar;

quem entra não quer sair.

Fugas, não há.

 

E o campo é vasto

para sonhar!

 

Época de colheita,

aqui e lá.

Os campos florescem,

como atiçam as aves,

rebuliças no andor

do sol.

 

Se penso, auguro mal,

não sou coerente,

nem de paz.

 

Não uso armas

nem ancinhos de

corte.

Sou figurino de palácios

e trago ansiedade

aos lotes.

 

Se me chamam é para pedir,

se atendo é para dar,

se me refugo,

lá me acham nos

campos,

se me nego,

viro rifa ganha

pelos lordes.

 

Assim, passo meu tempo,

dentro da cerca, imóvel.

Já não sou mais novidade,

nem campo de flores.

 

Jaz comigo a ansiedade

premente e curiosa:

tentar nascer de novo

em outro sol, mirado de luas.

 

Mas para este gesto extremado:

os reis já propuseram: \"Vai Manoel\".

 

Mas, em troca, e de novo, ganhará a

Extrema perdição e será dizimado

pelo vazio dos exílios sem nome !

 

Assim como eles matam os homens!

Atiram e matam!

Igual a coisa sem valia!

Ou não matam?