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Victor Severo

O tempo.

Afogando-se no medo cruel e extremo.

Quanto mais jogamos, mais e mais perdemos.

Quanto mais andamos, mais retrocedemos.

Já submergindo, nós nos debatemos.

Em vão suplicando, tão pouco queremos.

Com a maior certeza, nada mais seremos.

Que tudo é inútil, somos tão pequenos.

Nos resignamos e nos recolhemos.

E o tempo passando, vamos fenecendo.

Vamos protelando, e nos esquecendo.

Do tempo implacável que vai nos vencendo.

Uns contam a mais, eu conto a menos.

Aos poucos a certeza vai nos abatendo.

Um caldo amargo, terrível veneno.

Que vai nos minando, vai nos corroendo.

Vai nos devorando, sugando e bebendo.

Por fim se apossando do pouco que temos.

Então para onde e por que corremos?