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SONETO À VIDA 

É hora de amar sem ver a quem, 
Parar de imaginar que há um além 
Enquanto a realidade ainda tem 
Um mundo para se habitar.

É hora de esquecer o frio altar, 
Prostrar-se ante a terra e o mar,
Louvar  durante a noite, o luar 
E adorar o sol a cada amanhecer.

A vida é o mais sublime e puro ser, 
Que a cada instante tenta nos dizer
O quanto a devemos preservar.

Tão diferente ao mito milenar,
Podemos ver, sentir e até tocar
A vida a pulsar em cada ser.