RETRATO DE UMA FOTO.
Não me canso de olhar o teu retrato,
Mirar teus lábios que penso, são de mel!
Ver teu sorriso dizer ao menestrel,
Que seu amor nada tem de abstrato!
Queria remover de tu!Alma o véu
Que a encobre... Ser mais intimorato,
Romper a lei... Pecar por desacato,
E, deste amor me tornar eterno réu!
Sei que dirás: Como é louco este vate,
Pois que amor assim é disparate,
Apenas anseios que a nada leva!
Ledo engano todo seu realismo...
Mas, mesmo crendo em teu ceticismo,
Perdoa este bardo insano e releva!
Nelson de Medeiros,
Cachoeiro, 18/06 do ano da pandemia.